Kim Deal.

por WHead Sex Jan 10, 2020 7:12 pm

Filha de um físico que trabalhava na Base Aérea de Wright-Patterson e uma professora em Dayton, Ohio, Kimberley Ann Deal (e sua irmã gêmea Kelley) cresceram em contato com a música. Foi difícil, já que nos anos 70 o acesso à música era difícil e a carreira musical ainda não era bem-vista. Aos 17 ela já compunha e tinha um pequeno estúdio no quarto onde registrava suas idéias. Deal sobreviveu aos casamentos e bares em que tocou com a irmã e acabou se graduando em tecnologia médica pela Kettering College of Medical Arts e assumiu vários empregos em biologia celular, inclusive trabalhando em um laboratório hospitalar e em um laboratório bioquímico, antes de se juntar ao Pixies (1986).

Kim sempre preferiu baixos de quatro cordas, cordas velhas e palheta (a Dunlop com a tartaruga - .88 mm). O primeiro instrumento de Kim foi um Aria Pro II Cardinal, emprestado por sua irmã, Kelley (Kim era guitarrista, de origem). Com ele, Kim tocou ao lado do My Bloody Valentine e registrou o ep "Come on Pilgrim" e o álbum "Surfer Rosa". Para o álbum "Doolittle", e cedendo à insistência do produtor da banda (que se recusou a trabalhar com o Aria), Kim providenciou uma reedição do Fender Precision 1962. (pode ser visto no vídeo de " Here Comes Your Man"). No disco " Bossanova", o mesmo baixo foi usado na faixa "Dig for Fire" - mas o instrumento principal do registro foi um Music Man Stingray. Kim começava a procurar uma sonoridade própria, diferente. Depois veio o Steinberger XM-2D (no álbum "Trompe Le Monde", apesar do bullying pela estranheza do modelo) com seu som "orgânico esquisito", e o Gibson Thunderbird - seu mais recente e favorito (mesmo que sem registro com a banda).

Seu estilo percussivo e sem firulas de tocar ajudou a compor a identidade do Pixies. Sua voz é bastante direta e, sejamos sinceros, permanece na mesma faixa praticamente o tempo todo, mas suas harmonizações atendem perfeitamente às exigências das músicas da banda. "Gigantic", foi sua primeira contribuição autoral e ofereceu uma perspectiva diferente, um contraponto melódico ao refrões barulhentos usuais. “Silver" também é sua: um country esquisito com um dueto Deal e Francis.

Deal sobreviveu à décadas de rock, sempre em atividade e enfrentando desde o conservadorismo musical até a misoginia do rock. Longe da busca pela grandiosidade artística e/ou alto desempenho técnico observado (em regra) nas décadas anteriores, o espírito do rock dos anos 90 (independente, despretensioso, alternativo, subproduzido/superestimado ou como você quiser chamar) deve bastante ao Pixies - e à Kim Deal.

https://www.talkhouse.com/artist/kim-deal/
https://www.ryandavey.ca/home/kimdeal
https://thegentlewoman.co.uk/library/kim-deal
https://amp.theguardian.com/music/2018/mar/03/kim-deal-breeders-misogyny-pixies-cobain-rehab
https://www.thecut.com/amp/2018/04/profile-kim-deal-of-the-breeders-and-the-pixies.html
https://equipboard.com/pros/kim-deal
https://amp.smh.com.au/entertainment/kim-deal-the-very-cool-star-of-the-pixies-and-the-breeders-is-mending-bridges-20180306-h0x39c.html