Quem ajudou Leo Fender?

Bom pessoal,lendo alguns artigos,matérias,etc,sobre a história do baixo elétrico,surgiu essa pergunta.
Sabemos que Fender,adorava música,mas não sabia tocar,inventou a guitarra e o baixo,enfim na hora de construir,quem o ajudou?qual amigo marceneiro ou luthier que ele pediu ajuda na escolha das madeiras,corpo,braço escala?alguém sabe?

Doc Kaufmann e George Fullerton foram seus sócios iniciais, Don Randall foi seu gerente de vendas.

J.Torres foi gerente de produção nos anos 70.

Fullerton eu conheço,mas talvez oque aconteceu no início,ninguem saiba né?como na história do Sr. Fodera por ex.

Heverton
Farei um resumo bem básico para você ter um ideia de como Clarence Leonidas Fender começou.

Leo tinha uma loja de equipamentos eletro/eletrônicos. Essa loja tinha um porte razoável e também fazia manutenção desses eletro/eletrônicos. Leo eletrificou instrumentos de cordas e alugava em sua loja para músicos (Leo tinha conhecimento eletrônico devido a sua vivência no ramo). Ao mesmo tempo ia percebendo as necessidades e aprimorando seu instrumento elétrico.

Em 1948 se juntou a George Fullerton e projetaram a primeira guitarra elétrica e com os recursos financeiros que dispunham, montaram a fabricação da parte de madeira da guitarra e usaram a grande oficina da loja para produzirem a parte eletrônica e fazer as vendas iniciais. Doc Kaufmann também é desse época e entrou na sociedade.

As vendas foram aumentando até que Leo fechou a loja e passou a ser um fabricante.

Portanto não foi uma sociedade entre 2 pessoas, ou uma luthieria que cresceu. Foi a evolução de um negócio. Ele não tinha parceiro, tinha empregados que executavam os projetos e ideias da dupla Fender/Fullerton.

Se você pesquisar, vai aparecer nomes de vários luthieres na história da Fender (alguns já citados neste), mas eles sempre foram empregados.

De forma bem resumida é mais ou menos assim que a coisa começou.

Só esqueceu de mencionar q vc foi o "Godfather" que emprestou dinheiro pro Leo Fender fazer a primeira leva de Precisions 51! KKKKKKKK

^Eu resolvi ficar quietinho, mas eu tinha certeza de que alguém iria trazer a tona esta parte da história da Fender que ninguém conta. O Maurício estava lá

"-Vc não me chama de padrinho..."
"-Vc não me toma benção..."
"-Beije o anel carcamano de uma figa..."

GusVCD,ele emprestou o dinheiro,pra primeira leva,mas não deixou catalogar correto?rs...

Acho que vou ter que dar porrada num povo ai... Muita Porrada!!!

^Opa! Saída pela direita(esquerda dependendo do ponto de vista)!

heverton souza escreveu:Qual amigo marceneiro ou luthier que ele pediu ajuda na escolha das madeiras,corpo,braço escala?alguém sabe?

Conforme apreendi aqui no fórum mesmo, ele usou as madeiras mais comum e baratas que apareceram pela frente, parece que madeiras de fazer caixas de feira ou prateleiras, ou algo assim, ou seja, não há nada de extraordinário, tudo mito e marketing...

subgrave escreveu:

heverton souza escreveu:Qual amigo marceneiro ou luthier que ele pediu ajuda na escolha das madeiras,corpo,braço escala?alguém sabe?

Conforme apreendi aqui no fórum mesmo, ele usou as madeiras mais comum e baratas que apareceram pela frente, parece que madeiras de fazer caixas de feira ou prateleiras, ou algo assim, ou seja, não há nada de extraordinário, tudo mito e marketing...

Não é bem assim.
O frêixo (ash) e o amieiro (alder) são madeiras tradicionais de mobília no hemisfério norte, sendo o frêixo usado para fazer tacos de beisebol, por exemplo.
Para caixas de feira e prateleiras eles usavam pinho e choupo (poplar), essa, inclusive foi depois utilizada para corpos de guitarras e baixos.

Alder era utilizada na época para caixa de frutas.

Uma das grandes preocupações do Leo Fender era fabricar instrumentos baratos, por isso as madeiras e os métodos de fabricação eram simples.

Mauricio Luiz Bertola escreveu:
O frêixo (ash) e o amieiro (alder) são madeiras tradicionais de mobília no hemisfério norte, sendo o frêixo usado para fazer tacos de beisebol, por exemplo.

Madeira tradicional não é sinônimo de madeira de lei nem nobre.
Madeira tradicional está mais para uma madeira comum, que justamente por ser muito usada virou uma tradição seu uso, e ponto final.

Como o pessoal tem esse mito de que baixo Fender é feito de alguma super madeira, secreta, rara ou caríssima...

Mas, está aqui o FCC derrubando mitos mais uma vez!

O que vale é o cuidado com que a fábrica usa a madeira para fazer os baixos né? Os cortes precisos, encaixes perfeitos, o controle de qualidade na seleção das peças de madeira... Coisa que a Fender também parece não observar muito né? Ou não é?

^ É por aí, inclusive a troca de alder pra ash só aconteceu porque ash ficou mais barato no mercado.

A Fender seleciona sim. Instrumentos com acabamento natural têm peças com certa harmonia estética. O maple sempre é hard maple verdadeiro, oriundo da América do Norte mesmo. Todas as madeiras são compradas em caminhão fechado e são "instrument grade", ou seja, sequinhas, poucos nós, etc...

Agora, achar que as madeiras que a Fender usa são diferentes das que qualquer outra fábrica usa ou de alguma forma especiais é falta de conhecimento e ingenuidade.

O que vale é o cuidado com que a fábrica usa a madeira para fazer os baixos né? Os cortes precisos, encaixes perfeitos, o controle de qualidade na seleção das peças de madeira...
Concordo.
Agora, achar que as madeiras que a Fender usa são diferentes das que qualquer outra fábrica usa ou de alguma forma especiais é falta de conhecimento e ingenuidade.
Em momento algum eu disse isso, não é Allex?

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Em momento algum eu disse isso, não é Allex?

Sim, claro... Eu estava corroborando a idéia apresentada pelo subgrave de que a Fender não usa madeiras super secretas ou raras.

allexcosta escreveu:

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Em momento algum eu disse isso, não é Allex?

Sim, claro... Eu estava corroborando a idéia apresentada pelo subgrave de que a Fender não usa madeiras super secretas ou raras.

Pois é, também concordo.
O que discordo é com a comparação dessas madeiras com "madeiras usadas em caixotes de feira"; isso dá a impressão de peças de má qualidade. Não é à toa que concordei com o que ele colocou depois...

^ Mas essa impressão só se dá por causa da ignorância em relação a essas madeiras. O alder era usado pra fins banais, assim como o poplar é usado hoje em dia. E lutherias de renome como a MTD usam poplar para corpos.

allexcosta escreveu:^ Mas essa impressão só se dá por causa da ignorância em relação a essas madeiras. O alder era usado pra fins banais, assim como o poplar é usado hoje em dia. E lutherias de renome como a MTD usam poplar para corpos.

Ocorre o mesmo com a tília (basswood), madeira barata e que, por isso, ficou com fama de "ruim". Bobagem...

Então eles não sabiam das propriedades sonoras das madeiras?

heverton souza escreveu:Então eles não sabiam das propriedades sonoras das madeiras?

E hoje sabem?

Ué!num sabem não?rs

Perguntei primeiro.  

heverton souza escreveu:Então eles não sabiam das propriedades sonoras das madeiras?

Sabiam sim, mas de forma empírica, e pelo cálculo de densidade, e não como hoje em dia em de se pode medir, via aparelhos sofisticados a velocidade de propagação sonora. Até porque, essas madeiras já eram usadas antes para instrumentos (principalmente o bôrdo - maple, do braço).

...e lá depois do Léo Fender fundar a "Fender", dar inicio à Ernie Ball/Music Man com o auxílio do George Fullerton fundaram a linha de instrumentos G&L.

Dizem que era num barracão nos fundos da casa do Léo, que já depois de velho quis fazer alguma coisa de útil da vida e este convidou o George para fazer uns baixos pra passar o tempo.
A esposa do Leo enrolava as bobinas dos captadores à mão.

Quase comprei um bass desse.. fiquei na dúvida entre um G&L e um Fender JB, o qual comprei..

Então, sempre achei que se você tem um bom corpo e um bom braço de guitarra ou baixo, o resto é escolha de hardware. Sempre fui fã de comprar guitarras de boa madeira e tuna-las com a melhor ferragem e otimos captadores. Tenho uma Les Paul feita pela Cort em 1992, a madeira é muito boa, comprei por conta disso. Aí troquei todas as ferragens, as tarraxas e os captadores. Toco em uma banda, os caras sempre tiveram Fenders, Gibsons, ESP e tudo mais, e na boa, não troco essa guitarra por nenhuma das deles. Alem do mais, fico com um equipamento de primeira com um preço bem mais em conta. Acho essa marcas de grife muito supervalorizadas e superestimadas.

Faz dois anos que toco baixo em banda, mas sempre tive um baixo para brincar. Esses dias pra trás encomendei umas ferragens Gotoh, tarraxas Gotoh, captadores Quarter Tone da Malagoli e mandei pro luthier arrumar tudo. O corpo é em basswood, mas tenho certeza que ficara ótimo, bem melhor que o Epiphone Thunderbird com som lixo em que estou tocando.

Bob Stark escreveu:Então, sempre achei que se você tem um bom corpo e um bom braço de guitarra ou baixo, o resto é escolha de hardware.

Sim, é claro...

Porém, não há como negar que um bom braço é fruto de certo cuidado na fabricação e bom controle de qualidade.
A diferença entre uma escala e um fretwork bons para uma escala e um fretwork excelentes passa por muitas horas de trabalho de técnicos e luthiers habilidosos.

Muitas vezes, vermos uma determinada marca no headstock garante que esses cuidados foram tomados, como é o caso das guitarras PRS ou dos baixos Sadowsky, mas qualquer fábrica ou luthier pode fazer um instrumento bem feito, seja onde for.

Aliás, falando nisso, muitas pessoas ignoram o quão importante um bom fretwork é em um instrumento. Instrumentos médios e baratos podem ter uma tocabilidade incrível ao passarem pelos cuidados de um luthier experiente, mas um fretwork realmente bem feito é demorado, trabalhoso e não pode ser barato...

A Fender nunca foi famosa por ter um fretwork impecável. Aliás, já vi baixos Fender com fretwork considerado inaceitável e que só saem da loja pelo nome no headstock. Trastes quadrados são comuns até em instrumentos Custom Shop.

allexcosta escreveu:

Bob Stark escreveu:Então, sempre achei que se você tem um bom corpo e um bom braço de guitarra ou baixo, o resto é escolha de hardware.

Sim, é claro...

Porém, não há como negar que um bom braço é fruto de certo cuidado na fabricação e bom controle de qualidade.
A diferença entre uma escala e um fretwork bons para uma escala e um fretwork excelentes passa por muitas horas de trabalho de técnicos e luthiers habilidosos.

Muitas vezes, vermos uma determinada marca no headstock garante que esses cuidados foram tomados, como é o caso das guitarras PRS ou dos baixos Sadowsky, mas qualquer fábrica ou luthier pode fazer um instrumento bem feito, seja onde for.

Aliás, falando nisso, muitas pessoas ignoram o quão importante um bom fretwork é em um instrumento. Instrumentos médios e baratos podem ter uma tocabilidade incrível ao passarem pelos cuidados de um luthier experiente, mas um fretwork realmente bem feito é demorado, trabalhoso e não pode ser barato...

A Fender nunca foi famosa por ter um fretwork impecável. Aliás, já vi baixos Fender com fretwork considerado inaceitável e que só saem da loja pelo nome no headstock. Trastes quadrados são comuns até em instrumentos Custom Shop.

Concordo totalmente! Não adianta ter uma boa madeira, se ela não foi bem trabalhada. Você está absolutamente certo!

Pois é, muitas marcas são supervalorizadas. Descobri isso depois de, a alguns anos atras, um amigo mandou fazer uma flying-V em um luthier, e a guitarra ficou absolutamente incrível! Era uma réplica do modelo usado pelo Alexi Laiho (do Children of Bodom), tempos depois tive a oportunidade de tocar na original, e não vi diferenças entre a réplica e a original, inclusive no quesito conforto... Além do mais, toquei muito em Gibsons e Fenders, e nunca vi nada demais, eheh...

Estou absolutamente inclinado a encomendar um conjunto braço e corpo de um baixo em algum luthier bom, e montá-lo aqui. Aqui mesmo no forum tem otimos luthiers, pelo que andei vendo. Eu encomendaria o hardware por aqui mesmo, e levaria para esse amigo luthier que tenho montar. Ele é mega competente, construia instrumentos incríveis, só que parou de construir e focou só em manutenção.